Depois de termos conhecido o Parque Asa Branca, em Exu - Pernambuco, que visa preservar a história da vida e a obra de Luiz Gonzaga (confere a primeira parte do roteiro clicando aqui), era a vez de conhecer um pouco mais das raízes do cantor, desde a história da família, passando por seu nascimento, os causos do menino Luiz, conversando e interagindo com pessoas que com ele conviveram. Uma experiência única, posso garantir!
Saindo do Parque Asa Branca, fomos na doblossauro do Iu-a Hotel até a casa onde funciona o Museu Bárbara de Alencar. Mas, você deve estar se perguntando: o que a casa da mulher considerada a primeira presa política do Brasil tem haver com a história do Rei do Baião? Por esses fatos entrelaçados pelo destino, foi na Fazenda Caiçara, onde fica a casa, que nasceu Luiz Gonzaga. Infelizmente na hora da nossa visita, o Museu estava fechado (motivo para voltarmos, não é?), mas é uma linda propriedade para se conhecer, cheia de histórias e memórias.
A nossa segunda parada para conhecer as raízes do Rei do Baião foi no local chamado de Marco do Nascimento, que aponta o local onde era a casa de taipa da família, que seria posteriormente levada por uma enxurrada, quando Gonzagão ainda tinha 11 anos.
Januário e Santana, pais de Luiz Gonzaga, mudaram-se com seus oito filhos então para uma outra casa, esta que ficaria depois famosa em uma das canções de Gonzagão. Lá ele viveu dos 11 aos 17 anos, quando fugiu de casa após uma confusão que arrumou com o pai de uma adolescente que era o seu grande amor. Luiz Gonzaga só retornou a Exu e a casa da família 16 anos depois. O retorno para a Casa de Januário foi imortalizado na canção "Luiz, Respeita Januário".
A próxima parada foi na Capela de São João Batista, uma edificação do século XIX com teto inspirado na arquitetura francesa, obra do Barão de Exu. A capela foi construída como pagamento de uma promessa, pois na época a cólera avançava por toda região e o Barão e sua esposa prometeram que se a doença não chegasse ao Araripe, construiriam uma igreja para São Batista.
Cem anos depois da construção da capela, Luiz Gonzaga, agora um homem já famoso, tocaria ali a marcha nupcial junto com o jovem sanfoneiro Domiguinhos no casamento de Rosemeire Alencar, a Meirinha, neta de Manoel Aires de Alencar, que financiou a primeira sanfona de Gonzagão. Quando a noiva estava entrando na igreja, as luzes se acenderam pela primeira primeira vez e a Fazenda Araripe acendeu.
E sabe quem contou essa história pra gente? A própria Meirinha! Sentamos ali, no alpendre da Vila Marfiza e como quem descobre um livro novo, cheio de histórias e aventuras, estávamos ali, conhecendo e descobrindo as histórias de Luiz Gonzaga! Sem dúvida, uma verdeira guardiã de um tesouro local. Posso confessar a vocês que ficaríamos horas e horas ali ouvindo uma história mais encantadora do que a outra. Antes de ir, não deixe de experimentar um dos doces e licores que Dona Amparo faz por lá. Além de deliciosos, contribuem para a manutenção do local. É claro que a gente trouxe vários pra casa e posso garantir, são uma delícia!
Tenho certeza que essa será uma experiência que levaremos pra sempre conosco e que você, ao fazer esse roteiro, também irá se apaixonar!